RODRIGO PEDROSA
Rodrigo Pedrosa é um engenhoso (re)fazedor de si. Suas esculturas, as quais, em geral, constrói a partir de sua compleição, dão a medida de como o artista está voltado para uma introspecção que expõe e perturba as expectativas de um mundo convencional em que se espera a perfeita complacência diante das perversidades que circulam nossas existências em dias sombrios que vivemos. Muitos são os que esperam pela ordem, poucos os que a erguem dos escombros. A vitalidade de suas peças, em doses brutas de matéria, apresenta o Homem carente de aparas, de refinamentos, e pré-disposto ao abismo.
Nasceu em Niterói onde vive e trabalha.
Formado em Design pela UNIVERCIDADE, MBA em Marketing pela FGV. Escultor e pintor autodidata, trabalha e ministra aulas de escultura em Niterói. Professor voluntário da ONG Remanso Fraterno.
Possui obras em coleções no Brasil e exterior, como o Príncipe de Abu Dhabi Zayed Bin Al Nahyan, Banco Von Fink (Alemanha), entre outros.
CV
COLEÇÕES
O Culpado de Tudo 3: Príncipe de Abu Dhabi, Sheikh Hazza bin Sultan Zayed Al Nahyan ;
Europa: Wilhelm Von Finck, Zurique, Suiça
Assim caminha a humanidade 1: Andreas Weiz, Zurique, Suíça
Livre arbítrio: Andreas Weiz, Zurique, Suíça
Hands: Ellen Esso, Zurique, Suíça
Uno black and white: Ellen Esso, Zurique, Suíça
Série Beijo (judeu e palestina): Ellen Esso, Zurique, Suíça
Benjamin 2: Fabiano Guilherme, Rio de Janeiro
Assim Caminha a humanidade 4: Eugênia Harten, Caravaggio, Itália
Benjamim 1: Claudio Manoel (casseta & Planeta, Globo) , Rio de Janeiro
Vergonha de ser humano 2: Eduardo Santos, Nova York
Série Beijo (negro & branca): Marcos Pimenta & Dani Braga, Cascais, Portugal
Série Humanidades n10: Marcos Pimenta & Dani Braga, Cascais, Portugal
Série “Humanidades” (série de 4 pinturas): Daniella Gutierrez, Chile
Série Deslocamentos (elefante e ônibus): Museu do Ingá, Niterói, RJ
Série Deslocamentos (babá e menino negro): Centro Cultural Correios, RJ
INDIVIDUAIS
2022 - DISTOPIA - C. CULTURAL P CARLOS MAGNO - Niterói - Curadoria Rafael Vicente
2021 - TUDO PASSA - E. C. Correios Niterói - Curadoria Rafael Vicente 2019 - TUDO PASSA - Andréa Rehder Arte Contemporânea
2019 - DESLOCAMENTOS - Centro Cultural Correios Rio - Curadoria Osvaldo Carvalho
2019 - DESLOCAMENTOS - Glicerina Rio - Curadoria Osvaldo Carvalho
2018 - HUMANIDADES, DA INÉRCIA AO PRECIPÍCIO - Centro Cultural Correios Rio - Curadoria Osvaldo Carvalho
2018 - HUMANIDADES CERZIDAS - Casa França BrasilL - RJ - Curadoria Renata Gesomino
2018 - HUMANIDADES CERZIDAS - Museu do Ingá - RJ - Curadoria Renata Gesomino
2018 - HUMANIDADES - Galeria la Salle - Niterói, RJ - Curadoria Angelina Asceta
2016 - “IL COLPEVOLI DI TUTTO” - Caravaggio, Itália - Curadoria Eugênia Harten
2015 - O CULPADO DE TUDO - Galeria N1 - Búzios BIO Foto @lcbenevides
COLETIVAS
- Por enquanto os primeiros quarenta anos - Galeria de Arte UFF - Curadoria Alan Adi
- SP ARTE 2021 - São Paulo- Galeria Andrea Rehder Arte Contemporânea
- SP ARTE 2020 - São Paulo- Galeria Andrea Rehder Arte Contemporânea
- 100 ao Cubo - Espaço do Artista - Rio de janeiro - Curadoria Osvaldo carvalho e Luis Badia
- MY WAY - Casa França Brasil, RJ - Curadoria Osvaldo carvalho - MAC Porto Alegre - Esculturas Intinerantes - Curadoria Paulo Branquinho
- PERCORSI INTROSPETTIVI DELL’ ANIMA - Caravaggio, Itália
- VAZIO SITIADO - Reserva Cultural, Niterói - Curadoria Vilmar madruga - CARPINTARIA PARA TODOS
- Carpintaria, Jardim Botânico, Rio De Janeiro
- SALVE JORGE - Rio De Janeiro - Curadoria Raimundo Rodrigues
- ARTSHOPPING GOIÂNIA 2017
- NEW GALLERY CASSANO D’ADDA - Milão, Itália 2017
- SALÃO DE OUTONO DA AMÉRICA LATINA 2016 - São Paulo
- ARTEXPO NOVA YORK 2016
- VIENA 2016 | GALERIE KOKO
- X ENCONTRO DE CERAMISTAS DE PARATY | Artista Convidado 2016
- SALÃO DE OUTONO DA AMÉRICA LATINA 2015, PRÊMIO MELHOR ESCULTURA
- ART RIO 2015
- FUORIDILINGUA | Milão 2015
- BIENAL EUROPA AMÉRICA LATINA 2015 | Museu Histórico Nacional, Rj
- BELA BIENAL 2015 | Galeria Scenarium
- ART SHOPPING 2014 | Carroussel Du Louvre
- CREATIVE INTERACTION 2014| NY
- BIENAL DE BÚZIOS 2013
- ARTIGO RIO 2012
MONUMENTOS PÚBLICOS
- 100 ANOS GOVERNADOR Leonel Brizola - Brasília
- Zumbi dos Palmares - Niterói - RJ
- Clara Nunes - Shopping da Gávea - Rio de Janeiro
- DESEMBARGADOR Jorge Loretti - Niterói, RJ
- Aida dos Santos (Atleta olímpica Tókio 1964) - General Severiano, Rio de Janeiro
SALÕES
- Salão de artes de londrina 2020
- Salão de Outono da América Latina 2015, São Paulo. Prêmio Melhor escultura.
- Salão de artes de SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Osvaldo Carvalho
Rodrigo Pedrosa é um engenhoso (re)fazedor de si mesmo. Suas esculturas, as quais em geral constrói a partir de sua compleição, dão a medida de como o artista está voltado para uma introspecção que expõe e perturba as expectativas de um mundo convencional em que se espera a perfeita complacência diante das perversidades que circulam nossas existências em dias sombrios que vivemos. Muitos são os que esperam pela ordem, poucos os que a erguem dos escombros. A vitalidade de suas peças, em doses brutas de matéria, apresenta o Homem carente de aparas, de refinamentos, e pré-disposto ao abismo.
A incerteza de quem se é, de seguir um rumo, que caminho tomar, vem de longa análise na vida do artista que se descobriu liberto de seu bloco de argila quando deu azo às suas criações e partiu em busca de um repertório que reforça sua intensidade marcadamente corporal, movimentos firmes e precisos que impõem ao espectador um olhar pretérito ao longo da História da Arte a vislumbrar os corpos que Michelangelo retirava dos blocos de mármore no conjunto grandioso de Os Escravos, sem, contudo, libertá-los por completo, ou na anatomia barroca de Aleijadinho aliando dramaticidade e eloquência a gestos que transbordam angústia, assim como vemos em grupos escultóricos de George Segal feitos em gesso, notadamente sobre o Holocausto. Pedrosa nos compraz com as múltiplas facetas de suas habilidades seja no campo escultórico, seja na pintura. Desenvolvendo uma brincadeira com a teoria Junguiana sobre a persona nos apresenta uma realidade que verificamos ser não mais que uma variante daquela, e que para todos os lados que olhamos vemos o rebatimento de um torso, ombros e braços oblíquos, inclinações premeditadas do indivíduo que se recolhe como que a buscar o silêncio e a proteção em seu primórdio fetal.
Do mesmo modo que um epigrama de Wilde, os trabalhos de Pedrosa contemplam uma crítica mordaz, curta e grossa, às humanidades cujas teorias, metodologias e práticas parecem não mais lhe fundamentar os processos de produção artística, em que seu lado satírico ganha então o vigor de uma pedra carregada morro acima que insistentemente rola de volta. Seria razoável insistir? Como pontuaria Wilde mais uma vez, “sempre que algo desagradável tem que ser dito, deve-se ser muito sincero”. Encontramos no conjunto das obras uma busca do artista pela melhor maneira de dizer ao mundo aquilo que lhe desagrada, aquilo que com talento inestimável torna claro a todos: precisamos resgatar nossas humanidades, o quanto antes, antes que seja cada um por si em definitivo, nossas perspectivas estão se fechando cada vez mais próximas no horizonte. A inércia será nosso último passo para o precipício.