RASTROS

RASTROS

Fábio Magalhães

A artista plástica Lúcia Castanho extrai da água a superfície, a profundidade e o fluxo para desenvolver poéticas visuais que refletem a sobre a ausência, o mergulho no vazio, os rastros de memória, do tempo já vivido. 
Lúcia trabalha a intimidade feminina e o sentimento de melancolia através narrativa plástica do tema shakespeariano de Ofélia – a frágil heroína, noiva do príncipe Hamlet. Vale ressaltar que esse tema ressurgiu com força na arte contemporânea, como metáfora da submissão que se liberta na loucura. 
Por outro lado a piscina é tratada pela artista como objeto pictórico, como a casa que nos acolhe, onde tudo flui em outra dimensão de espaço e de tempo, noutra perspectiva, noutra densidade. A exposição se organiza como um grande corpo de água, corpo que nos envolve e nos acolhe.