LÚCIDEZ DIFUSA
28/11 - 22/12
Artista Helô Sanvoy
LUCIDEZ DIFUSA
Em 28 de novembro, na galeria Andrea Rehder Arte Contemporânea, abre a exposição "Lucidez Difusa", de Helô Sanvoy.
A exposição, composta por objetos e desenhos, parte da utilização de cacos de vidro temperado, usados geralmente em portas de bancos, vitrines de lojas, fachadas de prédios comerciais e em instituições públicas. Helô Sanvoy apropria-se desse material como elemento central em diálogo com outros materiais, como couro, chumbo, alumínio, livro e restos de demolição, para a criação dos trabalhos.
Uma das obras que compõem a exposição é o objeto "Quase Tangível" (2019/2020). O trabalho é composto pelo livro "Pedagogia do Oprimido", de Paulo Freire, e por cacos do muro de vidro da raia olímpica da USP. No objeto, o livro é encoberto pelos cacos, porém sustenta o peso do material e mantém seu título visível. Em "Parabrigar" (2020), composto por tijolo de demolição colado a um objeto feito com cacos de vidro temperado, sua forma réplica a forma do tijolo. O objeto, somado ao título, possibilita uma gama de leituras, tanto pelas especificidades dos materiais, como pelas relações estabelecidas com a flexibilidade de significados do título. Também pode ser entendido a partir de um contexto político-social. Esse gesto também é repetido com outros materiais, como madeira e telha de demolição.
O recorte apresentado na exposição levanta contrapontos entre a transparência do material (vidro) e seu uso como delimitador de espaço, entre a sua rigidez e sua neutralidade no ambiente – nem tudo que é transpassado pelo olhar está ao alcance do corpo. Helô Sanvoy, em alguns momentos, usa o vidro para criar objetos de translucidez difusa, com superfícies ásperas e rígidas, mas que, em alguns momentos, são transpassadas por couro ou por chumbo.
Os trabalhos que compõem a mostra transitam entre a materialidade dos objetos e as questões que podem ser atreladas às obras a partir do uso desses materiais no cotidiano.